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    Concertos 30.º Festival Internacional de Música de Gaia
    Concertos 30.º Festival Internacional de Música de Gaia
    2024-11-22
    Ópera "Maria de Buenos Aires"

    Com música de Astor Piazzolla e libreto de Horácio Ferrer, estreou-se na sala Planeta em Buenos Aires, a 8 de maio de 1968, a
    opereta Maria de Buenos Aires. O Compositor classificou-a de – Operita- e pode até ser catalogada como teatro musical, o
    primeiro do género de ópera-tango, cujo enredo hermético e esotérico se desenvolve através de uma escrita esdrúxula e surrealista,
    muitas vezes onírica, esotérica e alucinante, ao longo de 17 quadros, onde alternam secções cantadas, recitadas ou exclusivamente
    instrumentais, e onde se apresenta a vida, a morte, a ressurreição e a própria maternidade de Maria de Buenos Aires. Esta opereta é
    normalmente apresentada com um ensemble de onze instrumentistas, dois cantores solistas (soprano e barítono), um ator recitante e
    um coro pequeno, também ele, recitante.
    Na versão agora revisitada, Maria teria sido vítima de uma hipotética tentativa de assassinato nas ruelas suburbanas e sombrias de
    Buenos Aires, e encontra-se hospitalizada entre a vida e a morte. Este estado de quase-morte será a sua condição existencial ao
    longo do espetáculo, até ao seu renascimento no final da opereta. Enquanto o seu espírito deambula entre o aquém e o além, a mente
    alucinada de Maria projeta e revive no palco a história trágica de sua vida de boémia e de subjugação na agitação noturna das ruas
    de Buenos Aires, dos seus bares e das ruelas dos seus subúrbios. Numa leitura histórico-sociológica, a figura de Maria enquanto
    Maria-Tango, representa o desejo inadequado das populações masculinas suburbanas de Buenos Aires e a sua deriva sexual e
    amorosa nos prostíbulos onde convivem com as meretrizes que os frequentam. Por outro lado, Maria, simboliza também, os sonhos
    e a subjetividade mágica da cidade portenha. A figura de Maria encerra, igualmente, múltiplas leituras e surge frequentemente num
    sincretismo psicológico e religioso associado tanto à figura da Virgem Maria e à de Jesus Cristo como à da própria condição
    feminina. Na recriação cénica que agora se apresenta procurou-se encontrar uma unidade que permitisse uma continuidade do fio
    condutor da narrativa, evitando desta forma a interrupção constante do discurso musical e o retalhamento da própria história de
    Maria que resulta da separação estanque dos 17 quadros com que normalmente a obra vem sendo apresentada desde a sua estreia.
    A presente encenação da história de Maria de Buenos Aires começa com a leitura de um jogo de cartas que anuncia a Maria tudo
    aquilo que lhe irá acontecer: o seu longo calvário, a sua morte e o seu renascimento através de numa nova incarnação da sua
    condição feminina, qual Fénix das cinzas renascida. Maria encontra, deste modo, a possibilidade da sua própria transmutação
    mediante um empoderamento adquirido através da consciencialização da história da sua opressão, abuso e subjugação, o que lhe
    permite renascer assumindo um novo ser e uma nova existência: consciente, empoderada e libertadora.
    .
    DIREÇÃO ARTÍSTICA E ENCENAÇÃO
    António Salgado; Jorge Salgado Correia

    DIREÇÃO DE MOVIMENTO E COREOGRAFIA
    Cláudia Marisa

    COREOGRAFIA – TANGO
    Maria Belen Giachello

    DIREÇÃO MUSICAL
    Jorge Salgado Correia; António Salgado; David Loyd

    DIREÇÃO VOCAL
    António Salgado

    ELENCO
    Maria Belen Giachello – Maria e Sombra Maria
    António Durães - Duende
    Mário Alves – Médico, Cantador Popular e 1º Analista
    António Salgado – 1º Analista
    Tiago Amado Gomes – Pardal Portenho com Sono e Chefe dos Ladrões Antigos
    Miguel Marinho – Tangueiro, Homem que veio do Mistério, Filisteu, Sacerdote, Maçon Esotérico
    Gustavo Godinho – Tangueiro, Homem que veio do Mistério, Marioneta (loucura), Voz desse Domingo
    Pedro Santos – Tangueiro, Homem que veio do Mistério, 2º Analista/Dono do Circo, Pedreiro (Maçon)
    Beatriz Gomes – Enfermeira/ Parteira/Padeira, Bruxa, (Dona da Taberna, Madama, Marioneta (morte),
    Lioba Vergely – Enfermeira/Parteira/Padeira, Bruxa, Madama,
    Isabel Gundana – Enfermeira/Parteira/Padeira, Bruxa, Madama,
    Ana Rita Cruz – Bruxa, Meretriz, Madama, Marioneta (solidão), Empregada do Café,
    Jorge Correia – Anjo do desejo, Parceiro Sombra do Tango/Maria, Flauta-Anjo, Músico do Circo (Flautim)
    Dario Polonara – Diabo, Bandoneonista
    Mário Teixeira – Caixa (músico do Circo)
    David Almeida – Pássaro da Morte, Acrobata Aéreo
    Jennifer Rodrigues – Mulher de Andas, Alma do Bandoneón-Diabo, Pedreiro/Maçon, Madama, Empregada de Bar
    Lorena Sepúlveda – Clown, Alma do Duende, Palhaço Clássico, Madama, Empregada de Bar

    ENSEMBLE ORQUESTRAL
    1º Violino – Gonçalo Adriano
    2º Violino – Sabrina Santos
    Viola - David Lloyd
    Violoncelo – Nuno Ferreira
    Contrabaixo – Nelson Fernandes
    Flautas - Jorge Salgado Correia e Eva Senra
    Piano - David Ferreira
    Bandoneón - Dario Polonara
    Bateria/ Percussão – Mário Teixeira e Luís Silva
    Guitarra – João Seixo
    CORO FEMININO
    Beatriz Gomes
    Lioba Vergely
    Isabel Gundana
    Ana Rita Cruz

    CORO MASCULINO
    Tiago Amado Gomes
    Gustavo Godinho
    Pedro Santos
    Miguel Marinho

    CORREPETIDOR
    David Ferreira

    CIRCO – INAC
    David David (Acrobata Aéreo)
    Jennifer Rodrigues (Andas)
    Lorena Sepúlveda (Clown)

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